Fahrenheit 451
- CineScience UESC
- 21 de ago. de 2019
- 3 min de leitura

“Fahrenheit 451 é a temperatura em que o papel dos livros incendeia e começa a queimar”
Em uma utopia distópica em que casas são a prova de fogo, o governo controla todos os aspectos da sociedade e livros são objetos de desprezo a única função que os bombeiros tem é a de encontrar e queimar qualquer livro que encontrar, sem ler, sem olhar apenas queimar.
É espalhado a todos que os livros tornam as pessoas antissociais, algo horrível de se imaginar num mundo de aparências e futilidades. Cada cidadão confia cegamente em seu governo e ainda mais, em sua televisão, sem questionar, todos querem acima de tudo parecerem felizes, bem de vida e ter uma boa imagem, mesmo que isso não represente a realidade. E qualquer sentimento contrário a isso é depravado e incorreto, sentimentos estes causados por livros. Eles têm um imenso poder de esfregar na cara as verdades inconvenientes e realidades assustadoras ao mostrar a vida dos outros (biografias), a vida como poderia ser (romances) e até mesmo vidas impossíveis de ser (ficções) e muito mais. Qualquer um que ao menos pense em tentar experimentar outra visão de mundo, proporcionada pelas letras num papel, deve ser rapidamente capturado e reeducado, e se resistir deve rapidamente ser eliminado como um perigo para a sociedade. E tudo isso é feito pelos responsáveis e autoritários bombeiros que com grandes lança-chamas queimam qualquer pedaço de livro sem pensar duas vezes, independente do que acontecerá com o leitor.
E se você estiver com medo de viver numa sociedade assim, não se preocupe, pois, há comprimidos para dar coragem, assim como para trazer felicidade, sono, libido e tudo o que imaginar. E quando você tomar de mais, basta um rápido telefonema que enfermeiros aparecem na sua casa e trocam o seu sangue. Numa realidade bem similar ao do livro “Admirável mundo novo” de Aldous Huxley tosos pode ser manipulados e controlados pelos comprimidos. E numa analogia com o “1984” de George Orwell a televisão interage com seus telespectadores fazendo-os se sentir seguros e parte de algo maior, enquanto na verdade são manipulados como massa. Vive-se então não uma sociedade feliz, mas uma sociedade que aparenta felicidade.
E o que acontece quando nesse mundo um bombeiro, um dos melhores, a espera de uma promoção pelos seus serviços bem prestados encontra uma professora que acredita que aprender pode ser algo divertido? O que acontece quando essa professora começa a fazer perguntas? Esse é o enredo principal do filme em que o bombeiro Montag um dia é abordada por Clarisse uma sorridente professora. Nesse primeiro encontro descontraído Clarisse é ousada e começas a perguntar: “Diga-me, por quê queima livros?” em que a resposta do meticuloso bombeiro é “o que? É um trabalho como qualquer outro”. E sem se deixar abalar pela falta de motivos do bombeiro fazer o que faz, ela continua fazendo cada vez mais perguntas e questionamentos, tentando entender, através dele o por que dos livros serem tão perigosos. Um diálogo que lembra muito a Maiêutica de Sócrates, em que uma pessoa entende que nada sabe a partir de grandes questionamentos, a professora mostra que Montag não sabe de fato o perigo dos livros. Para concluir esse interessante, porém confuso dialogo (para o bombeiro pelo menos foi bem confuso) Clarisse faz uma última porem simples pergunta: “Você é feliz?” e então tudo muda.
Por Pedro Queiroz- estudante de Ciências Biológicas Bacharelado UESC
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